Odontologia antroposófica (OA)

A Odontologia Antroposófica (OA) está reconhecida no Brasil pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) Resolução 165 de 24.11.15 = reconhece o dentista antroposófico.

A OA visa ampliar o conhecimento da Odontologia clássica, com os elementos da Antroposofia e sua Terapêutica, além de focalizar os problemas odontológicos valorizando-se a prevenção e orientações sobre a saúde geral e bucal. Estimula a abordagem interdisciplinar, integrando-se às outras áreas afins: médica, fonoaudiológica, psicológica, fisioterápica, pedagógica, etc.

O diagnóstico e o tratamento seguem também os princípios da Odontologia clássica, complementados com a visão antroposófica dos mesmos e seus medicamentos próprios, os quais são extraídos dos reinos: mineral, vegetal, animal. Além disso, associam-se as Terapias Artísticas (pintura terapêutica, modelagem, euritmia curativa, biografia, musicoterapia, etc.), para uma abordagem integral do ser humano.

Nesse sentido a compreensão do paciente deve ir além das queixas habituais, pois se intenta ser uma odontologia humanizada e generalista. O paciente é abordado na sua individualidade, na sua saúde geral, sua corporeidade, seus ritmos, seu biótipo, suas emoções; enfim, é importante saber toda a história de vida do paciente, pois os processos de formação, de estruturação e de manutenção vêm de forças genéticas (herdadas) e de forças individuais (espirituais).

A boca é analisada sob a ótica sistêmica, englobando o ser humano no seu aspecto corporal, individual, psíquico e espiritual, em íntima relação com a natureza. Considera-se a cavidade oral a nossa grande porta de trocas com o mundo, um sinalizador de todo o organismo, pois tudo o que ocorre no organismo se manifesta na boca; o contrário também é verdadeiro: as alterações orais (problemas periodontais, oclusais, cáries, inflamações e infecções), interferem no funcionamento do organismo.

A argumentação científica da OIA é baseada na “metodologia dedutiva goetheanístico-steineriana”. Parte-se do “todo”, até se chegar aos “detalhes”, cujo objetivo é a visão “integral” do ser humano. Os estudos da trimembração (sistemas: neuro-sensorial, rítmico e metabólico-locomotor) e da quadrimembração (corpos: físico, etérico, astral e Eu) permitem ao odontólogo antroposófico acrescentar ao estudo diagnóstico odontológico convencional uma anamnese ampliada, ou seja, a “anamnese integradada à antroposofia”.

Nesse sentido o odontólogo antroposófico, além do senso estético de um artista, a paciência de um monge e a destreza de um cirurgião, deve ter também:

  • o “pensar” racional e científico,
  • o “sentir” humano e social e
  • o “atuar” técnico e objetivo.

A verdadeira arte de curar visa estimular as forças curativas do próprio organismo, com o objetivo de promover a harmonia entre os membros sensíveis e supra-sensíveis.

Dra Letícia Mansoldo Salazar Malta

Cirurgiã-dentista antroposófica

Coordenadora dos Cursos de OA

Faculdade Suprema – Juiz de Fora (MG)

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